Cherne no Crisp

O meu aparelho Micro-ondas tem um prato dourador que é para ser usado na função Crisp (função de cozer -microondas - e tostar - crisp, ao mesmo tempo). Para duas pessoas (eu e marido) utilizo muito esta função deste aparelho. Os alimentos são cozinhados muito rápidos e fica um prato mais saudável por levar menos sal. Lembrei-me de fotografar a última. Foi de peixe e ficou tipo assado. Ficam as fotos e a receita. Com este peixe, nesta quantidade, dá para 3 pessoas.

Duas postas de cherne, da barriga, grandes, com 1 dedo de altura, descamadas e salpicadas com um pouco de sal marinho. Reservei durante meia hora. Depois passei-o por água e enxuguei-o.
Numa taça, para temperar, juntei batatas cortadas em cubinhos de 1cm, cebolinhas em meias-luas, cenouras em tirinhas e alhos em lamelas. Sobre eles salpiquei sal, (menos que o costume), salsa picadinha, duas folhas de louro cortadas ao meio, moí pimenta preta, reguei com um fio de azeite e um fio de vinho branco. Misturei bem e reservei.
O prato dourador foi untado de azeite. Coloquei as postas do cherne no meio do dito. Fui distribuindo os legumes à volta. Também coloquei um tomate de cacho grandinho, maduro, rijo, sem sementes, polvilhado de sal e bem regado com um fio de azeite que se alargou a todo o conjunto.
Levei ao forno por 15 minutos, na função Crisp. De seguida mais 10 minutos. Deixei dentro do forno o tempo de pôr a mesa. Depois foi só degustar.
Lembrei-me de mais uma coisinha: um Poema que esteve muito na moda, aqui há meia dúzia de anos.

SIGAMOS O CHERNE
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria…

Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traídoPeixe recalcado…

Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa…

Poema de autoria de Alexandre O´Neill (1924-1986), de que falou muito nas eleições legislativas de 2002. Leiam-no agora, a esta distância respeitável e, da leitura, recordem as lições que vos apetecer.

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