Azeite, a melhor gordura



Pega-se em metade do Oceano
e juntam-se-lhe terras desconhecidas.
Deixa-se marinar alguns anos
e tapa-se com um manto de neblina.
Lavam-se as saudades em lágrimas
e põe-se a glória em banho Maria,
para voltar a usar um dia.
À parte coloca-se o fado bem apurado,
o futebol bem jogado, e um ou outro pregão
das entranhas gritado.
Desfaz-se a língua em poemas,
odes e cantigas
ou então canta-se à desgarrada.
Rima improvisada.
Numa grande forma de barro
escalda-se o Algarve e o Alentejo,
salgam-se as Beiras e desfaz-se em água
o Douro e o Ribatejo.
Para terminar abanam-se as Oliveiras
com sabedoria ancestral.
Rega-se tudo com um fio dourado.
E serve-se assim Portugal,
como prato principal.

Idéia buscada em http://azeitedocarvalhal.blogspot.com/

2 comentários:

Margarida disse...

Olá Guidinha adorei o poema, também goasto muito de azeite, ontem foi-me oferecido um garrafão de azeite virgem que vou saboreando por estes dias, pois é a unica gordura que uso.
bjs
guida

Guidinha Pinto disse...

É isso. Eu também.
Beijo.