*Olha o morango ... é de Sintra!*, ouvi muitas vezes vozes a apregoar, enquanto eles se faziam transportava na padiola cheia, rua Morais Soares acima... hoje, nem de Sintra há morangos, nem pregões há nas ruas. Um pouco mais longe temos de deslocar-nos, se os quisermos apreciar. Os morangos da nossa vida de meninos.
Entre o polegar e o indicador, segurado pelos pé, pego num e levo-o à boca. Inspiro-o antes da mordedura. O aroma está lá e é característico. S a u d a d e s !!! Segue-se a dentada, suave, sumarenta. A sua textura é carnuda e é com côr, até ao pé. É doce. O verdadeiro sabor do nosso morango, do morango do antigamente. Uma viagem de sensações à minha infância.
Lavados 1 a 1 sob um fio de água a correr. É só deixá-los secar. Frescos ou à temperatura ambiente. Estes morangos podem ser servidos tal e qual. Sem *chantilis*, sem açucares. Não existem outros idênticos. Nem os que o senhor meu pai plantava, há anos lá na serra, em cama de caruma de pinheiro ...
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