Fatias douradas

É o doce de Natal dos Pintos. Desde sempre, feitas pelos Pais e há 10 anos só pela Mãe. Em cada Natal, um queixume. Pró ano já não as faria, que a cansava muito. Pronto.
Este ano tomei eu a responsabilidade da sua elaboração. Foram, portanto, as minhas primeiras fatias douradas. A senhora minha mãe ao prová-las disse: já tenho quem me substitua para melhor. E toda a família concordou. Que bom! respondi, mas não as comam todas!
Segui as instruções da mãe, vi muitos filmes consultei receitas dos melhores Chefes. Saíram realmente muito bem.
Há que ter em conta o método e o espaço onde vão ser confeccionadas. Os utensílios e os preparados à mão, para não se tornar desastroso nem complicado, têm préviamente um controlo e um local para estarem.
Primeiro, o cacete grande sem côdea. Cortei-o em fatias de cerca de 2 dedos e deixei-os a secar de um dia para o outro num tabuleiro. Deu 19 fatias. É essencial serem de véspera e não ficam grossas.
No dia, antes da fritura, preparei os ingredientes e os utensílios que dispus da forma que a seguir descrevo.
Em cima do fogão (o meu é de 4 bicos):
- Uma taça metálica onde bati 6 ovos tamanho L, colocada junto a mim, e em frente, a frigideira larga e meia de óleo Fula a aquecer ao lume;
- Uma taça com papel absorvente, colocada do lado esquerdo da frigideira;
- À sua frente, uma taça com bastante açúcar amarelo misturado com bastante canela
Na bancada:
- Uma taça de plástico com 1,25 litro de leite morno (como é essencial manter o leite morno, vou aquecendo no micro-ondas);
- um prato grande;
- O prato grande destinado às fatias

Calcei luvas transparentes. Deu-me jeito para manusear os diferentes estados. Cada fatia foi mergulhada, a absorver bem o leite, até ficar muito molinha, no ponto certo para espremer um pouco e não desmanchar. Amoleci 8 de cada vez e fui pondo no prato grande.
A seguir, peguei com jeito cada fatia, envolvi nos ovos batidos e coloquei a fritar no óleo quente, a alourar bem dos dois lados. Couberam 4 fatias de cada vez, na frigideira.
Quando tostadinhas, retirei-as uma a uma e coloquei-as a escorrer sobre o papel absorvente.
A seguir, coloquei mais 4 fatias a fritar.
Voltei às já fritas e uma a uma, envolvi-as no açúcar amarelo com canela, bem envolvidas, para o calor ainda existente na fatia absorver o açúcar e o aroma da canela.
Arrumei-as, em camadas, no prato de mesa que escolhi. Fui repetindo estas operações até às últimas 3.
Demorei cerca de 1 hora. Rapidamente lavei os utensílios e o fogão. Arrumei tudo. O óleo, despejei-o numa garrafa, para reciclagem.
Depois tirei as luvas. Já estavam. Louras, cheirosas. Salivei. Peguei um pratinho e sentei-me na mesa de cozinha. Escolhi a mais pequena, para a saborear e sentir se estava «boa de sal». Foi uma sensação única, quase espiritual, o que senti enquanto a degustava. Tinham passado à geração seguinte.
Foram feitas por mim as Fatias Douradas do Natal de 2010, a ficarem aqui, com votos de Boas Festas.
Para o ano, a ver se convido a Pitú a aprender ... para poder passar a nossa tradição natalícia.

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